Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Lazer, Desporto e Turismo-SEMEC

Prefeitura Municipal de Nova Belém-MG

História da Casa das duas irmãs

Albertina Luísa da Silva e Alvinha Rosa da Silva moravam em Vermelho Novo, zona interior do município de Caratinga, Minas Gerais com seus pais o Sr. Joaquim Roseno da Silva e a Sra.  Francisca Luísa de Jesus, juntamente com seus 07 irmãos, Francisco Roseno da Silva, Roseno Filho da Silva, Alminda Augusta da Silva, Roldão Roseno da Silva,Oliveira Roseno da Silva, Espedito Roseno da Silva. Em 1943 os pais das duas irmãs, decidiram se mudar para Nova Belém, Minas Gerais, Córrego do Rio Preto. A viagem durou 15 dias, o trajeto foi feito com tropas composta por burros e mulas, sendo elas arriadas com cangáias, caixotes e balaios onde foram colocados todos os pertences da família.

Albertina e Alvina juntamente com seus irmãos mais novos viajaram dentro de caixotes e nos balaios fixados nos animais da tropa, os pais e os filhos mais velhos conduziram os animais até o seu destino. Ao chegar no município de Nova Belém, a família comprou a propriedade de 103 alqueires de terra no valor de 09 mil reis do Senhor José Estevão que já possuía uma humilde casa de madeira. O Sr. Roseno Joaquim da Silva, inicia o desbravamento do local derrubando árvores, extraindo madeira para ajudar na renda diária, desmatando a área para o cultivo de milho, café, arroz, feijão conhecida na época como lavoura branca e a criação de gado para garantir o sustento da família.

Em meados do ano de 1950 inicia-se a construção do casarão utilizando os materiais disponíveis na região, os tijolos artesanais eram preparados a mão com argila crua, prensados em formas de madeira queimados no forno improvisado e também secos ao sol. A preparação da madeira era braçal, a braúna bruta era serrada e lavrada de machado até chegar ao ponto de ser usada para sustentar as paredes da casa. Todas as paredes foram feitas com tijolos dobrados para garantir uma boa resistência, as janelas e portas eram feitas de madeira. O casarão possui 24 cômodos uma estrutura de dois andares, sendo que o segundo piso de assoalho, com acesso através de uma escada.

A casa era muito frequentada as duas irmãs programavam festas de São João que atraiam várias pessoas da região, como cantigas de roda, versos e modas de viola, durante as festas ouviam músicas da dupla Tonico e Tinoco, Jacó e Jacozinho, Trio Goianeiro, Carlos Alberto e Padre Vítor, todas elas tocadas no toca -disco utilizando discos de vinil, durante as festas brincavam de passar anel e cair no poço. As festas eram muito animadas tendo fogueiras, danças de quadrilha, pau de sebo, bebidas como quentão, as comidas que serviam era broa de arroz, broa de fubá, broa de melado, pé de moleque, pipoca e canjicão.

Os pais ao falecerem deixaram   para as duas filhas   toda sua herança inclusive o casarão para que cuidassem.  Muito obedientes as duas irmãs não se casaram a pedido dos pais, mas mantiveram as tradições deixadas pela família, eram agricultoras, costuravam, bordavam e praticavam também pintura em tecido, uma delas confeccionou  um vestido de noiva para uma pessoa do lugar , marcando ainda mais sua história de vida; sempre muito receptivas e de coração bom, elas disponibilizavam a casa, para festas da comunidade, retiros da renovação carismática, piqueniques e alguns casamentos que foram realizados no casarão.

No dia 21 de maio do ano de 2014 Albertina Luísa da Silva faleceu, não demorou muito apenas alguns meses veio a óbito Alvina Rosa da Silva, no dia 05 de setembro de 2014, deixando toda a herança para os 07 irmãos, tendo apenas dois em vida, o Sr. Espedito Rosendo da Silva e o Sr. Oliveira Roseno da Silva os demais herdeiros foram os sobrinhos (a) delas. Hoje a casa encontra se fechada, aos cuidados da sobrinha Lucia Rosa Correa, mas quando solicitado é disponibilizada para festas da comunidade, visitas e outros eventos.

Obs. História contada pelos Sr. Espedito Roseno da Silva e escrita pela sobrinha Lucia Rosa Correa.

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